Deputados e senadores que tomaram posse esta semana têm expectativa positiva em relação à Dilma, segundo Instituto FSB Pesquisa
5 de fevereiro de 2011
FSB | Estado de Minas | Política | 05 de fevereiro de 2011
Novo retrato do Parlamento
Deputados e senadores que tomaram posse esta semana são ideologicamente de centro, têm expectativa positiva em relação a Dilma e aprovam maciçamente os oito anos de Lula no Planalto – Alessandra Mello.
O novo Congresso Nacional, é ideologicamente de centro, tem expectativa positiva em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff, aprova maciçamente os oitos anos da administração Lula, quer votar ainda neste semestre as sempre prometidas reformas política e fiscal, não quer a volta da CPMF, nem mesmo com novo nome, e defende a redução urgente da carga tributária. Assim pensam os novos parlamentares, que ficarão no cargo até fevereiro de 2015. O levantamento faz parte da pesquisa Mídia & Política, feito pelo Instituto FSB. Foram ouvidos 57% dos parlamentares novatos e veteranos, na Câmara e no Senado, respeitando a proporcionalidade das bancadas de todos os partidos com representação no Congresso e dos estados.
Em sua quarta edição, a pesquisa revela dados curiosos que dão pistas de que o Parlamento é mesmo retrato do povo brasileiro. Um exemplo claro é a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terminou seu mandato com uma aprovação positiva da população em geral, e também junto ao novo Congresso Nacional.
Segundo pesquisa Sensus CNT, Lula encerrou seu governo com 83,4% de aprovação (ótimo e bom), contra 13,% que avaliaram seu governo como regular e 2,2% como negativo. Entre os parlamentares eleitos em outubro, os números não são muito diferentes do sentimento geral dos brasileiros. Para 79% dos deputados e senadores ouvidos pelo Instituto FSB, o governo Lula foi ótimo e bom. Para 19% foi regular. Apenas 1% dos parlamentares consideraram os oito anos de mandato do primeiro presidente metalúrgico como péssimo, número bem menor do que a população em geral.
Outro dado interessante revela que a maioria absoluta dos deputados não se considera nem de esquerda nem de direita, mas de centro, como acontece com o eleitorado brasileiro. Indagados sobre qual nota dariam para sua posição ideológica e também dos seus partidos, em uma escala de 1 a 10, sendo um para extrema esquerda e 10 para extrema direita, a maioria absoluta optou entre 4 e 5. A média geral por parlamentar foi 4,7 e a dos partidos 5.
Segundo o coordenador da pesquisa, Wladimir Gramacho, como não existe no Brasil concentração de eleitores de esquerda e direita, a tendência é que o Parlamento também se coloque no mesmo espectro ideológico que a maioria da população. Explicação semelhante é dada por Gramacho para a alta aprovação do governo Lula entre os congressistas, apesar das nuances partidárias. “É difícil para os parlamentares, mesmos o de oposição, ir contra a percepção geral da população, que tem uma visão positiva dos oito anos do governo Lula”.
A pesquisa também mostra a desenvoltura do PT, partido que está no comando do país desde 2003, no relacionamento com os outros partidos e aponta o PSDB, principal legenda de oposição, na lanterninha nesse quesito. Preferencialmente, os tucanos se relacionam com os democratas e com o PPS. Os dois partidos aparecem empatados na preferência do PSDB. Já o DEM se relaciona disparadamente melhor com o PSDB (42%). O PT prefere o PSB e é preferido pelo PMDB, partido do vice-presidente da República, Michel Temer (SP), principal aliado na vitória de Dilma, e conhecido por sua eterna simpatia às legendas que estão no poder.